BÍBLIA - pg.03
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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE SÃO PAULO

APOSTILA DE CRITICISMO BÍBLICO

UNIDADE UM  -  INTRODUÇÃO À BÍBLIA

HISTÓRIA DA IGREJA

Os vinte e oito capítulos do livro de Atos contém o único registro autênticodo fenomenal avanço do cristianismo, após a ascensão de Jesus Cristo. Échamado Atos dos Apóstolos, mas poderia muito bem ser denominado *Atos doEspírito Santo*, pois a mão do Espírito de Deus está presente por todo olivro de forma vital.Foi escrito por Lucas, um médico grego, e revela uma meticulosidadeacadêmica. Há tantos nomes geográficos citados nele, que muitos céticos sedispuseram a provar que tal relato era falso, visitando estes lugares, masacabaram vencidos por sua meticulosa exatidão.

EPÍSTOLAS PAULINAS

O maior grupo de livros do Novo Testamento é o das treze epístolas paulinas.Cada uma delas foi escrita para determinada pessoa ou igreja, com umobjetivo definido. Paulo, o apóstolo que chamou a si mesmo de *um abortivo*,foi o missionário intrépido da Igreja primitiva, que conseguiu mais vitóriaspara o cristianismo que qualquer outro nome mencionado nos registros daIgreja. Sua dramática conversão é uma ilustração clássica do poder de Cristopara modificar vidas, pois transformou um fariseu que odiava os cristãos emum cristão que servia a Jesus. Quase todos os problemas do cristão sãoabordados em suas cartas. 

CARTAS GERAIS

As cartas gerais são assim chamadas, porque foram escritas individualmente,para atender a um problema específico, ou dirigidas a algum grupo nãoalcançado por Paulo. Elas abordam certas áreas de verdades gerais que sãomuito importantes para o povo de Deus em todas as épocas. Não cometamos oengano de pensar que, só porque não fazemos uma descrição individual de cadalivro, não sejam eles importantes, pois, na verdade, estão virtualmentecheios de verdades divinas muito necessárias aos crentes de hoje.

LIVRO PROFÉTICO

O último livro da biblioteca de Deus é, apropriadamente, a maior profecia daBíblia - o Apocalipse. É a revelação do Senhor Jesus durante três estágiosda História:

 

1) a era da Igreja;

2) a vinda da grande tribulação, que culmina com a segunda vinda de Cristo;

3) a nova ordem de coisas, que consistirá em mil anos de domínio do Reino de

Cristo, e a substituição desta terra por uma melhor e eterna, que éidentificada como *novos céus e nova terra*. Este livro, por muitosconsiderado como o mais interessante da Bíblia, é reconhecidamente o de maisdifícil  interpretação. Não devemos nos surpreender se não entendermos muitacoisa após a primeira leitura; o livro de Apocalipse tem que ser estudadocuidadosamente, à luz de muitas outras passagens das Escrituras. Entretanto,há nele muitos trechos que podemos entender, e dos quais podemos receberinspiração espiritual, razão suficiente para que o leiamos com freqüência.Assim, então, descrevemos de forma resumida a organização dessa bibliotecadivina, do modo como se nos apresenta hoje. É uma biblioteca fascinante, derecursos inesgotáveis ! É o único livro que pode *tornar-nos sábios para asalvação* (II Timóteo 3:15).

1.4  DIFERENTES ESTILOS DA BÍBLIA

1.4.1 - HISTÓRIA. A maior parte da Bíblia é relato histórico como vemos emgrandes porções de Pentateuco,  bem como em livros essencialmente compostospor narrativas histórias (Crônicas, Reis , Atos, etc.). Os autoresrecordaram o plano de Deus em termos de eventos, lugares e pessoas. A fébíblica é uma fé histórica tanto para o povo de Israel no VT (II Sam.2:1-7), como para a Igreja ( Luc. 1:1-5; 3:1-3).

 

1.4.2 - ENSINO (Sabedoria e Doutrina). São princípios e conceitos para guardar e praticar. Ex.: Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão,Mateus 5-7, Romanos, etc. Às vezes as parábolas, alegorias e ilustraçõese/ou histórias morais são utilizadas para melhor ensinar os conceitosbíblicos. Confira em Mateus 13 e Lucas 10-14.

 

1.4.3 - POÉTICO. Uma expressão do eu lírico do autor, manifestando o seu estado de espírito. Muitas vezes este estilo adota uma linguagem figurativa e uma estrutura repetitiva (paralelismo). Ex.: Salmos, II Sam. 22:2-51; Lucas 1:46-55.

1.4.4 - PROFÉTICO.  Uma mensagem ou pregação divina ao Povo de Deus. Oconteúdo é principalmente relacionado à natureza e ao caráter de DeusGlória, Justiça e Santidade de Deus), e uma previsão da ação de Deus(profecias sobre o futuro do povo - julgamento  e esperança). Ex. Isaías1:1-4, cap. 10-20; cap. 65:17-25; Daniel 2, 7, 9 - 12; Mateus 24, 25 eApocalipse 4-22. O estilo profético é o mais difícil de interpretar porcausa do simbolismo complexo e também devido à revelação progressiva doplano de Deus.

1.5  A LINGUAGEM FIGURADA E AS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS DA BÍBLIA

 

·      Hipocatástase - comparação em que a semelhança é indicada diretamente*Cães me cercam** Sl. 22:16).

 

·      Símile - comparação em que uma coisa lembra a outra e usualmente utiliza-se expressões *como, assim como, tal qual, etc.* ( *Ele é como a árvore plantada** Sl. 1:3).

 

·      Metáfora - comparação em que um elemento representa o outro . ( *Eu sou o pão da vida**Jo. 6:48; *Vós sois o sal da terra** Mat. 5:13).

·      Metonímia - consiste em substituir uma palavra por outra que com elaapresenta relação lógica e constante (*A língua dos sábios é medicina* Prov.12:18 è língua refere-se às palavras certas e encorajadoras).

 

·      Sinédoque - é a substituição da idéia mais ampla por uma palavra de

significado menos abrangente, mas que mantém com a primeira uma relação designificado, ou seja, a parte substitui o todo.( *Os seus pés correm para fazer o mal* * Prov. 1:16).

 

·      Personificação - atribuição de características ou ações humanas aobjetosinanimados ou a animais. (*O deserto e a terra se alegrarão**Is. 55:12).·      Antropomorfismo - atribuição de características ou ações humanas aDeuspor falta de um termo ou linguagem mais adequada. (*Sobre Edom lançarei omeu sapato** Sl. 60:8; *Deus limpará de seus olhos toda a lágrima**Apoc.21:4).

·      Zoomorfismo - atribuição de características de animais a Deus ou a umserhumano. (*Sobre as suas asas estará seguro**Sl. 91:4).

·      Hipérbole - Afirmação exagerada. (*Por que vês tu o argueiro no olhodeteu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio olho? *Mat.23:23-24).

·      Ironia - afirmar algo utilizando exatamente expressões com o sentidooposto; ridicularizar indiretamente sob a forma de elogio.(*Sendo vóssensatos** II Cor. 11:19).

·      Oxímoro - combinação de termos normalmente opostos oucontraditórios.(*Sacrifícios vivos* em Rom. 12:1).

·      Paradoxo - uma afirmação absurda ou contrária ao bom senso. (*Quemperdera sua vida por Amor de mim*salva-la-á* Marc. 8:35).

·      Paronomásia - jogo de palavras ou trocadilhos onde as mesmas palavrasoutermos possuem sons semelhantes e são usados para significar sentidosdiferentes. (*Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos* Mat.8:22).

·      Eufemismo - substituição de uma expressão desagradável ou injuriosaporoutra suave ou inócua. (*adormecidos* è falecidos em At. 7:60 e I Tess.4:13-15

·      Antítese - colocação de idéias opostas, porém paralelas numa relaçãodetensão constante. (Os filhos de Deus e os filhos do Diabo * em I Jo.3:9-10).A noção de que a Bíblia é um livro simples deve ser substituída pela idéiaque ela é desafiadora pois engloba uma pluralidade de autores, pluralidadede contextos, pluralidade de estilos, produzida em várias línguas, etc* maspreserva uma unidade na sua Mensagem Básica: o mistério que esteve ocultoagora é revelado è o Amor redentor de Deus pelo homem.

2.1 - REVELAÇÃO

É o processo ou meio pelo qual Deus permite ser conhecido.  Deus se reveloue ainda nos fala de muitas maneiras:

2.1.1 - A Criação - uma testemunha do Criador è Sl. 19:1-4 e Rom. 1:18-25.

2.1.2 - O Homem - O homem foi feito à imagem e semelhança de  Deus è Gn.1:26, 27.

2.1.3 - A consciência humana - um alarme interno com o senso de Justiça(atributo de Deus) Rom. 2:12-15

.2.1.4 - A História humana - Deus é um ser que intervém na história com o fimde se revelar pelos seus atos. Ex.: a História de Israel, a HistóriaUniversal e a  história pessoal.

2.1.5 - A Lógica e o raciocínio (Filosofia) - Prov. 4:5-13 *O caminho daSabedoria*.

2.1.6 - As Escrituras - a autoridade como Palavra de Deus:
·      Êxodo 19:9, 24:3                        h  Marcos 7:9, 13; 13:31
·      Deut. 4:2; 6:6-9; 8:3                  h  Lucas 16:17; 24:32,45
·      Josué 3:9                              h  João 10:34-36
·      Sl. 1:1-3; 19:7-11; 119:11,105            h  Romanos 3:1, 2; 10:17
·      Provérbios 30:5, 6                        h  Efésios 3:3-5
·      Isaías 34:16; 40:8                        h  I Tessalonicenses 2:13
·      Jeremias 13:15; 15:16                  h  II Timóteo 3:16,17
·      Ezequiel 3:3,10                        h  II Pedro 1:20, 21; 3:1, 2
·      Habacuque 2:2                        h  Judas 17
·      Zacarias 7:7-9                        h  Apocalipse 22:18, 19

2.1.7 - JESUS CRISTO - *O Verbo * se fez carne; a mensagem era uma pessoa.Cristo é o clímax da revelação de Deus, a plenitude da Divindade - Jo.1:1-4, 14; Hb. 1:1-3

2.1.8 - O ESPÍRITO SANTO - Muitas vezes o Espírito Santo nos falaindiretamente através dos outros meios de comunicação. Outras vezes, OEspírito pode nos falar diretamente ao nosso coração e mente. Ex.: Lc.12:12; Jo. 14:26; 16:8-13; At. 1:16; I Cor. 2:10-14; Hb. 3:7,8; I Pe. 1:12;II Pe. 1:21.

2.1.9 -  Os irmãos de nossa igreja (dons espirituais) - At. 9:8-19; 10:9-48;21:10,11; I Co. 12:8-112.1.10 - As circunstâncias - Gênesis 37 - 50 (especialmente Gn. 50:20) e Rm.1:132.1.11 - Os incrédulos - Deus pode usar até pessoas pagãs para nos dar o seurecado (Ex.: a ordem de Ciro para os exilados judeus na Babilônia retornaremà Jerusalém).

2.2 - A INSPIRAÇÃO
2.2.1 - DEFINIÇÃO: *foi o processo misterioso em que Deus manifestou-se ahomens escolhidos e como resultado, eles escreveram exatamente o que Deusqueria; nem mais nem menos.* - Ted Limpic, De Onde Veio a Bíblia?, p. 9,10.      Versículo chave para o conceito de Inspiração è II Tim. 3:16Quase todos os crentes concordam que a Bíblia é *inspirada* por Deus; elesconcordam em sua maioria que a Bíblia é a Palavra de Deus. Mas existemdiferenças de opiniões quanto à maneira em que ela foi inspirada. A dúvida éO QUE foi inspirado: o coração, a mente, a memória, o vocabulário, astraduções que temos hoje, etc.?
2.2.2 - CONCEITOS INADEQUADOS SOBRE A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS     
a. Teoria dinâmica: os escritores receberam as idéias do EspíritoSanto,mas são eles os responsáveis pelo texto bíblico. Isto explicaria estilosdiferentes, contradições aparentes, citações imprecisas do A.T.,  etc. Estamaneira de resolver tais dificuldades é falha por duas razões: uma élingüística, a outra é teológica. Quanto à primeira, não há idéias sem averbalização. O homem só adquire um conceito compreensível quando este éexplicitado em palavras. Logo, dizer que o Espírito Santo deu as idéias e osescritores as vestiram de palavras é absurdo! A segunda razão é que oconceito de que a contribuição do Espírito Santo é reduzida a idéiasnebulosas torna as Escrituras um livro eminentemente humano. Seu elementodivino é escondido, para não dizer perdido.     
b. Teoria da testemunha: Deus agiu e os homens refletiram sobre oevento.Assim como a primeira, esta teoria torna a Bíblia mais um livro humano. Deusagiu e o texto bíblico seria apenas o produto da reflexão humana sobre o atode Deus. Nem as idéias, nem as palavras são dadas pelo Espírito. Deus age,mas não fala. O homem é quem interpreta as atitudes de Deus. Ficamos assimcom um livro no qual não há garantias de que as interpretações humanasestejam certas, muito menos que elas correspondam às intenções divinas. AsEscrituras tornam-se uma obra totalmente humana, embora acredite-se que Deusa  tenha escolhido para se revelar aos homens.     
c. As Escrituras foram ditadas pelo Espírito Santo: Há quem pense queasEscrituras foram ditadas aos autores de uma forma semelhante a umapsicografia, limitando o elemento humano ao registro dos pecados relatadosno texto bíblico. Mais absurda é a atitude dos que acusam os que defendem aidéia de que os autores foram simples instrumento ( como uma caneta ouapenas um gravador) nas mãos de Deus, sem nenhuma contribuição individual ouhumana. Maiores informações em STURZ, R. *A Palavra que prende e Liberta*(Vox Scripturae, São Paulo: Ed. Vida Nova, 1991) p. 8

2.2.3  -  A INSPIRAÇÃO PLENÁRIO-VERBAL

      a)Definição: há  três aspectos a considerar:     
è Inspiração - J e o p n e u s t o s à *Deus soprou* - significa apresençaativa e poderosa de Deus (Gn. 1:3; 2:7)     
è Plenário - p l e r o m a  àplenitude, plenamente - toda parte dasEscrituras foi inspirada por Deus ( II Tim. 3:16).    
 
è Verbal - l o g o s à Verbo, a palavra - todas as palavras erelacionamentos sintáticos são inspirados por Deus. O enfoque da Inspiraçãoacha-se nas palavras do texto bíblico em sua composição original.

      b) A Base Central da Inspiração: é o testemunho de Jesus Cristo. Eletinhatotal convicção de que as palavras das Escrituras foram dadas por Deus .Confira nas passagens de Mt. 5:18; 19:4,5 com Gn. 2:24; Lc. 16:17; 24:25-27;Jo. 10:35.

      c) A Natureza da Inspiração Verbal - Quando afirmamos que a Bíblia é aPalavra de Deus, verbal e plenamente inspirada pelo Espírito Santo, estamosafirmando que tal inspiração alcança todas as partes da Bíblia (desde Gn. 1até Ap. 22), conforme foram escritas nos seus originais. Isso quer dizer queas idéias a serem escritas foram suscitadas pelo Espírito já verbalizadas noestilo e linguagem dos próprios escritores bíblicos em sua individualidade.Para se evitar a idéia da psicografia e do relativismo, devemos entender quequando o Espírito ajudou os autores a verbalizar a revelação, Ele respeitoua realidade dos autores (cultura, vocabulário, estilo, etc.). Tambémentendemos que o Espírito Santo  guardou os autores do erro ao mesmo tempoque lhes permitia a expressão individual.Sobre a teoria da Inspiração Plenário-Verbal, conforme Rennie (I.S.RENNIE, *Inspiração Verbal*  - Enciclopédia Histórico-Teológica da IgrejaCristã, São Paulo: Ed. Vida Nova, 1990. Vol. II, p. 335), deve-se considerarvários aspectos. Deus é o autor da Bíblia no sentido de ser a sua causaformal. O enfoque da Inspiração acha-se nas palavras da Bíblia, ou sejadirige-se para o texto mais do que para o autor. Palavras e relacionamentossintáticos inspirados por Deus é o conceito que abrange todas as declaraçõesbíblicas, tanto aquelas que são centrais como aquelas que parecem serperiféricas. Todas têm relevância na totalidade das Escrituras. Até mesmorelatos conhecidos de antemão pelos autores, provenientes de outras fontes,são inspirados da mesma maneira para a inclusão no texto sagrado. Assim atotalidade das Escrituras compartilha da inspiração verbal uniforme. Osdados da Bíblia são reivindicados como a origem da teoria - não os dados nosentido dos fenômenos, mas sim o ensino da Bíblia a respeito de sua próprianatureza. Desta maneira, a sua Inspiração é afirmada como indutiva, embora adedução passe então, a ser operante para declarar pormenorizadamente apressuposição de quais devem ser as conseqüências de uma inspiração sopradapor Deus e transmitida pelo Espírito. Não está envolvido o processo deditado; não há, portanto, violação alguma da personalidade do escritor. Deusjá tinha preparado os autores, de modo soberano e concursivo, para a tarefainstrumental, de maneira que registrassem de boa vontade e espontaneamente arevelação de Deus da forma como Ele requeria. Assim, pode-se descrever aBíblia como totalmente da parte de Deus e totalmente da parte do homem. Omistério da natureza da Bíblia é paralelo (senão originado) do mistério dasduas naturezas de Jesus è 100% homem + 100% Deus = Cristo ( duas naturezasplenas numa só pessoa). Entender isto é um exercício de fé que antecede arazão, e uma vez exercida a fé, a razão humana consegue entender e aceitar aidéia (conceito *fé versus razão*, de santo Agostinho). Convém ressaltar queapenas os autógrafos originais dos livros bíblicos são assim inspirados. Ainerrância é a qualidade da Bíblia; ela fala com exatidão sobre todas asquestões, a não ser quando, obviamente, tenha havido conformação da parte deDeus quanto às limitações do autor. Das Escrituras flui autoridade sobretodas as questões em que ela toca, garantindo que o ensino divino sejacomunicado quanto a todas as áreas pertinentes à fé e ao viver do servo deDeus.

d) Implicação da Inspiração: a Inerr5:1ância. A inerrância é o ponto devistaem que, quando todos os fatos forem conhecidos, demonstrarão que a Bíblia,nos seus autógrafos originais e corretamente interpretada, é inteiramenteverdadeira em tudo quanto afirma, quer no tocante à doutrina e à Ética, querno tocante às ciências sociais, físicas ou biológicas (ver P.D. FEINBERG,*Bíblia, Inerrância e Infalibilidade* - Enciclopédia Histórico-Teológica daIgreja Cristã, São Paulo: Ed. Vida Nova, 1990, vol. I, p. 180.)

      e) Enfrentando as Dificuldades da Bíblia. O fato de se aceitar ainerrânciadas Escrituras não deve produzir uma atitude de acomodação intelectualquanto às dificuldades que a Bíblia apresenta. Pelo contrário, deve-seencará-las como desafios à doutrina da Infalibilidade que devem servencidos. Em seu livro Merece Confiança o Velho Testamento, Gleason Archerapresenta dois métodos para se enfrentar as dificuldades ocasionais queencontramos nas Escrituras. Primeiro: é possível conservar reservas quantoàs reivindicações da própria Bíblia no que diz respeito à suainfalibilidade, até que cada dificuldade seja esclarecida. Cada vez quesurge uma nova dificuldade, a Bíblia é degradada a uma situação de suspeita,até que o assunto possa ser esclarecido de maneira satisfatória. Nesteínterim, o crente fica ansioso, em doloroso suspense e angústia, até que,mais uma vez, a Bíblia seja inocentada da acusação feita. Segundo: éigualmente possível, mesmo quando confrontado por aquilo que parece ser umadiscrepância, conservar a fé na infalibilidade do registro bíblico,esperando com paciência a vindicação que investigações posteriores nãodeixarão dúvidas. O crente, convicto de que só a origem divina explica ofenômeno das Escrituras, toma a posição ao lado de Jesus Cristo, ao crer nainfalibilidade da Palavra de Deus escrita, e espera confiantemente numesclarecimento final de todos os problemas que possam surgir em suapesquisa. Acredita-se que uma pessoa é inocente até que provem a sua culpa*o mesmo se aplica às Escrituras, ou seja, a priori, a Bíblia é infalível atéque se prove o contrário. Pelos estudos feitos por especialistas, o que setem notado é justamente o contrário: a Bíblia é exata em todas asinformações que nos apresenta (ver o livro de W. KELLER, E a Bíblia tinharazão.).

UNIDADE TRÊS - A  SELEÇÃO DA  BÍBLIA  (O CÂNON)

Uma pergunta muito importante  a fazer é: *Todas as Bíblias são iguais?* AsBíblias dos católicos e judeus são iguais à nossa Bíblia usada nas igrejasevangélicas ou protestantes? Como sabemos que os livros que nós temos naBíblia são aqueles que deveriam realmente estar nela? Todas estas indagaçõessão pertinentes à questão do Cânon.

3.1 - DEFINIÇÃO = A palavra *CÂNON* é derivada da palavra grega * kanon *e a palavra hebraica * geneh * ), que significava *vara reta, beira reta,régua*. Com o tempo, *Cânon* tornou a significar aquelas obras oficialmenteaceitas pela igreja como a verdadeira Palavra de Deus; livros que seconformam com as regras da Inspiração. Nesse sentido, é importante dizer quea igreja não formou o Cânon. A igreja apenas oficialmente reconheceu que oslivros foram inspirados e * aprovados * por Deus.

3.2 - OS CRITÉRIOS DO CÂNON = Os livros escolhidos não foram reunidos pordecisão de um indivíduo ou de uma instituição conforme seus própriosinteresses. E também a escolha não aconteceu num só momento e muito menos oprocesso de formação do Cânon não abordou os livros em conjunto. Foi umprocesso demorado em que cada livro foi analisado conforme critériosfundamentais que ainda hoje valem para nossa pesquisa de textos antigosconsiderados *inspirados*. Os critérios são:

3.2.1 - A obra tem autoridade ou foi autorizado por Deus? - As Escriturasfreqüentemente usam
Você Sabia que a Biblia...


O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.;

Ao comparar as diferentes cópias do texto da Bíblia entre si e com os originais disponíveis, menos de 1% do texto apresentou dúvidas ou variações, portanto, 99% do texto da Bíblia é puro. Vale lembrar que o mesmo método (crítica textual) é usado para avaliar outros documentos históricos, como a Ilíada de Homero, por exemplo;

É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 11 milhões de exemplares na versão integral, 12 milhões de Novos Testamentos e ainda 400 milhões de brochuras com extratos dos textos originais; Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas;

A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen Langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois. A divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;

Foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica;

Com exceção de alguns textos do livro de Ester e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes;

A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur; Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócrifos) estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional; A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e iniciou-se com D. Diniz (1279-1325).

Fonte: http://iev.blogspot.com/

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